
a artista
ianah (1989, Recife-PE) é artista visual urbana, ilustradora e técnica em agroecologia descendente dos Tarairiú do Rio Grande do Norte. Vive e trabalha em João Pessoa (PB), onde pesquisa as relações entre arte e contra-apagamento da memória (PPGAS/UFPB). Em sua prática, utiliza a imaginação radical para fabular através de instalações, murais e pinturas feitas com terra, obras que busquem borrar as fronteiras entre humanidade, natureza, afetos, memória e futuro.
Formada em Artes Visuais/Cinema de Animação pela AESO (2012), ianah trabalha há 12 anos como ilustradora e animadora independente. Desde 2015 vem desenvolvendo seu trabalho autoral como pintora e muralista. Realizou duas exposições individuais independentes, participou de diversos festivais de graffiti e exposições coletivas, dentre as quais, a Territórios Desviantes (Galeria Marco Zero, 2024).
Participou das residências In-Arte/Urbana (2017, RN), Arte SESC (2023, PE), Mobilidade Artística FUNARTE (2024, México) e LAB Ocupação Energisa (2025, PB). Tem obras suas na coleção Art SESC e na Oficina Francisco Brennand. Tornou-se a primeira mulher brasileira a pintar um mega mural em empena cega, utilizando a técnica de pintura com tintas de terra (Raízes-Mestras do Côco, Recife, 2023).
ver, ouvir, viver e pintar com a terra.
Faço arte com a terra enquanto matéria e lugar de escuta. Minha prática artística nasce do desejo de criar imagens que relembrem que somos parte desse organismo vivo que é a Terra, buscando borrar as fronteiras entre humanidade e natureza. Trabalho com geotintas: pigmentos naturais produzidos artesanalmente a partir da terra de lugares que vivencio. Cada camada de geotinta funciona como um arquivo vivo de territórios visitados, trazendo a terra como testemunha e coautora.
Crio pinturas que nos convidem a desacelerar e evoquem memórias e sonhos presentes para um futuro vivo. Para isso, busco lembrar das plantas e animais que fazem parte vital de quem somos, da ligação espiritual entre terra e ancestralidade, das memórias negras e indígenas que re-existem nas cidades, do potencial que nossas tecnologias tem de facilitar a vida de todas as espécies do planeta, não somente a nossa própria. Para isso, minhas obras pedem escuta, presença e um olhar atento às diversas belezas que moram onde menos se espera.